A evolução dos veículos 4×4 – parte 3

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Em nossa série de artigos, contamos para você sobre a evolução dos veículos 4×4, desde sua invenção, até os dias de hoje. E, ainda, falamos sobre a importância da participação da Volkswagen nesse processo.

No artigo anterior, falamos do Kubelwagen, um veículo militar leve, fabricado pela Volkswagen no período da II Guerra. Era, na verdade, um Fusca 4×2 encarroçado como um jipe.

Continue lendo para saber como fomos de um simples jipinho militar, a um campeão dos Ralis.

Um projeto inédito

Na década de 50, com o mundo se recuperando da guerra, a Alemanha procurava um novo projeto de carro 4×4 leve para suas Forças Armadas.

Assim, a Volkswagen tentou reabilitar as vendas do antigo Kubel, o que foi rejeitado pelo governo alemão depois do carro ter sido comparado aos seus antigos rivais americanos 4×4 e sido julgado como inferior. Eles precisavam de um 4×4 inédito.

Além disso, cabe ressaltar que, a Auto Union da época, era um grupo de fábricas alemãs que se uniram no período da grande depressão em 1932. Era composto pela Audi, Horch, Wanderer e DKW. Por isso, o símbolo das quatro argolas entrelaçadas. Atualmente, símbolo da herdeira Audi.

Assim, com o fracasso da Volkswagen em ressuscitar o Kubelwagen, a DKW ficou incumbida desse novo projeto. Rebuscando no baú das boas soluções do passado, a DKW criou o Munga, nosso conhecido Candango.

O Munga era um veículo que vinha com soluções que já não eram inovadoras mas que prometiam sucesso. Tinha um motor pequeno, tração nas 4 rodas integral e suspensão independente, o que o tornava econômico e com boa autonomia. Além disso, era bastante eficiente e até confortável.

Entre 1956 e 1968, foram fabricados cerca de 45.000 unidades do Munga, exclusivamente para a Forças Armadas.

Evoluções e melhorias dos veículos 4×4

Em 1965, a Volkswagen assumiu a Auto Union e herdou diversas patentes, inclusive a do Munga. Mas, com o tempo, e o desenvolvimento de novos motores, chegou a vez deste ser deixados de lado, por ser pouco potentes e muito poluidores. Assim, a partir da matriz do antigo Munga, surgiu seu sucessor, Volkswagen Type 183 ou “Iltis”, que significa “touro”, em alemão.

O Iltis era um novo Munga, melhorado. Utilizava, agora, um motor mais potente, novo cambio, caixa de redução e até bloqueio de diferenciais. Além disso, deixou de ser exclusividade das Forças Armadas e ganhou roupagem civil.

Sua grande marca na história, no entanto, foi vencer, em 1980, o Rali Paris-Dakar, considerado o mais difícil do planeta. Os três Iltis participantes chegaram em primeiro, segundo e quinto lugares.

Parece que os veículos 4×4 estavam deixando de ser lentas e desconfortáveis.

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Nascimento de uma lenda

Coisas curiosas acontecem sempre que há observação dos fatos e criação de novas soluções.

Por exemplo, em 1977, afim de ser efetuado testes em condições extremas de temperatura e umidade um grupo de modelos da Audi e Volkswagen foi enviado junto a diversos técnicos para o ambiente gelado da Finlândia afim de ser efetuado testes em condições extremas de temperatura e umidade. Junto a esse escalão, se encontrava o engenheiro chefe de projetos, Jörg Bensinger, um dos desenvolvedores do Iltis, provido de tração integral.

O Iltis usava os robustos componentes do Audi 100, maior modelo da marca na época. Bensinger percebeu que o protótipo do Iltis era mais rápido que qualquer outro veículo na neve, não importava o quão potente fosse esse outro veículo.

Foi ali que Bensinger teve a ideia de criar uma variação do Audi 80 com tração integral. Afinal, por que não um automóvel 4×4? (Talvez ele não se lembrasse dos primeiros Fuscas)

Assim nascia o Audi Quattro, o maior campeão de Rali de todos os tempos. 

A invenção do diferencial central

Outra curiosidade é que o Iltis, nessa época, tinha tração integral, mas não tinham o diferencial central. Essa tecnologia foi incorporada ao modelo de produção depois que a esposa de Bensinger usou o protótipo por algumas semanas e reclamou do fato de o carro ser difícil de estacionar.

Assim, graças a essa importante observação, engenheiros passaram a quebrar a cabeça introduzindo um diferencial central, que passou a administrar o arrasto que atrapalhava a condução da esposa do engenheiro, quando manobrava em pequenos espaços.

Essa solução engenhosa, é utilizada até hoje em quase todos os 4×4 do mundo.

Veículos 4×4 na atualidade

Desde então, seu 4×4 pode rodar sem qualquer interferência ou desgaste maior em estradas de todo tipo, inclusive asfaltadas. Isso fez aumentar a segurança e qualidade de tração, trazendo, inclusive maior economia com menos gasto de componentes e combustível.

A chegada da eletrônica ajudou ainda mais a vida dos motoristas de todo o mundo. Facilitou os comandos e possibilitou criar sistemas automáticos que, muitas vezes, funcionam a seu favor sem mesmo que você perceba.

A tecnologia moderna permitiu que a concepção de veículos com tração nas quatro rodas extrapolasse as expectativas dos motoristas de hoje em dia.

Em suma, houveram décadas de experiências, resistência nos mais duros desafios e soluções sempre atualizadas, trazendo leveza, agilidade, potência e conforto. Junta-se a isso eletrônica embargada e a preocupação com a essencial qualidade e um conjunto complexo de conveniências, o que sobra é sua Amarok, a melhor pick-up do mercado.

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