Expedição Pantanal de Amarok: uma aventura incrível | PARTE 1

expedição pantanal de amarok
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Certamente todo brasileiro e muitos estrangeiros já ouviram falar em Pantanal Mato-Grossense, não é mesmo? Agora, imagina desbravar a região mais remota do Pantanal a bordo de um 4×4? Foi o que fizemos na expedição Pantanal de Amarok em 2017.

Estamos falando de uma região que faz parte dos estados Mato Grosso e Mato Grosso do Sul com características muito peculiares em todo mundo. Um destino de diversidades inenarráveis que todo brasileiro deveria visitar.

Quer saber como foi essa aventura? Continue a leitura!

O Pantanal

Uma imensa planície que se estende por mais de 250.000km². Sendo cerca de 140.000 km² dentro do nosso território e com altitude média de 100 metros com relação ao nível do mar. No entanto, o Pantanal ainda extrapola os limites brasileiros adentrando áreas dentro da Bolívia e Paraguai, onde é conhecido como “Chaco”.

Considerada a maior planície alagada do planeta é atravessada e ladeada por diversos rios importantes. O Rio Paraguai é o maior deles e serve como nível das enchentes e vazantes. Basicamente composto de terrenos arenosos, arenito e calcário, o solo torna-se impermeável. Assim, faz com que nas épocas de chuva, toda a região se encha de lagos. Consequentemente aumentando o fluxo e transbordando nível de seus rios e igarapés durante meses.

Portanto essas condições fazem com que o Pantanal se torne o habitat ideal de uma sem espécies da fauna selvagem, milhares de tipos de pássaros, peixes, repteis e mamíferos de médio porte. É também uma terra predominantemente indígena, não pelo volume demográfico, mas pela quantidade de povos que nela habitam.

Um desafio para uma expedição no Pantanal com Amarok!

A diversidade do Pantanal 

Toda essa parte do Brasil ainda conserva diversas aldeias e áreas de preservação e convivência e reservas demarcadas. Entre as etnias remanescentes é possível encontrar grupos Kayowas, Ofaiês, Terenas, Guaranís, Kinikinaus, Kadiweus, Ayeoreos, Chamacocos, Atikuns, Cambás e Guatós.

Das regiões não reservadas, o Pantanal todo é tomado por imensas fazendas que se dedicam, principalmente à pecuária e agricultura. Na qual se destacam atualmente a soja, algodão e milho.

Em outras palavras, atravessar o Pantanal é como adentrar um zoológico sem muros e jaulas. A exuberância e variedade das aves a liberdade dos cervos, macacos, lontras e milhares de outras espécies encanta cada visitante. Sendo que com sorte, a qualquer momento, o aventureiro pode cruzar com a temível e encantadora onça pintada, ou com um esquisito tamanduá bandeira.

Tais visitas podem ser feitas por via fluvial para o que existem diversas operadoras que atuam em Campo Grande, Corumbá, Cáceres e Cuiabá. Além disso, o Pantanal também é um verdadeiro paraíso para os pescadores.

As estradas do Pantanal

expedição pantanal de amarok

Há poucas estradas principais dentro do Pantanal. As mais conhecidas são as turísticas, como a Transpantaneira, no Mato Grosso, que liga de Poconé até Porto Jofre, às margens do Rio Cuiabá.

Para se ter uma ideia da riqueza da hidrografia pantaneira, em seus 143 quilômetros de aterro, a Transpantaneira tem nada menos que 122 pontes. A rodovia foi projetada para ter cerca de 400 km e ligaria o Mato Grosso ao Mato Grosso do Sul, até a cidade de Corumbá – no extremo Oeste, divisa com a Bolívia.

Já no Mato Grosso do Sul, a estrada Parque do Pantanal faz a outra ponta do que seria essa ligação interestadual. Saindo de Corumbá até os municípios de Ladário e Miranda.

Entre esses dois pontos principais, a região pantaneira é servida por milhares de trilhas e estradinhas de fazenda. Um labirinto de desvios, charcos, areões e atoleiros. Isso na época da seca, pois na das chuvas, torna-se impraticável para veículos, mesmo os equipados com tração nas 4 rodas.

E definitivamente foi exatamente essa aventura que fizemos, com duas Amarok! Rodando quase 900 km em três dias, uma oportunidade única criada pelo amigo e guia pantaneiro Geraldo Albaneze, de Corumbá.

Expedição Pantanal de Amarok

Há muito tempo ouvia dos amigos off roaders o desejo de uma expedição que saísse dos caminhos turísticos e se embrenhasse no coração do Pantanal. Em outras palavras, desbravar uma região que não estava nos mapas rodoviários, sem quaisquer sinais de estradas, ou mesmo trilhas. Mas vale lembrar que isso antes da Internet, satélites e GPS.

territorio amarok youtube

Contudo as informações mais recentes diziam da existência e dois rios intransponíveis, o que tornava a travessia impossível. O que teria por lá? Seria possível? Já havia feito algumas incursões tentando novas alternativas para 4×4 em expedições anteriores.

No entanto ficava evidente que, ou pela quantidade de água, ou por falta de orientação terrestre e de pontes, isso não seria uma tarefa das mais fáceis.

Assim, chega uma hora na qual parece que se está dando voltas sem chegar a lugar nenhum. Excluindo os aterros, que servem com estradas, todo o solo pantaneiro é constituído de areia branca. Sim, como as das praias. Na seca, o calor intenso “afofa” o chão e dificulta bastante o tráfego.

No início das chuvas essa areia forma diversos atoleiros, o que complica ainda mais. Já na época das chuvas, a paisagem se transforma em um labirinto de areia, lagos e matas, onde nunca se sabe por onde se está indo e onde aquilo vai dar…

Assim, a ideia de cruzar o Pantanal do Mato Grosso ao Mato Grosso do Sul “por dentro” ficou esquecida por muitos anos. Entretanto, em um belo dia recebi uma mensagem de um amigo mato-grossense, doente por 4×4, louco por aventura, o Sidney Duarte Barbosa.

Nós já havíamos conversado diversas vezes sobre essa travessia improvável, mas agora ele vinha com a notícia de que isso era, finalmente possível!

Médicos do Pantanal

Geraldo Albaneze é um adepto da aventura 4×4 que vive em Corumbá. Ele e um de seus filhos – que é médico, criaram, há alguns anos um abençoado projeto que mescla a aventura off road, amor pelo Pantanal e ação social.

O projeto é chamado “Médicos no Pantanal” e é um evento entre amigos, médicos, veterinários e odontólogos, de Cuiabá e Campo Grande. Uma vez por ano, esse grupo se reúne, se equipam com veículos 4×4 e seguem Pantana adentro.

Passam assim, dias visitando as famílias dos peões que trabalham nas inúmeras fazendas do percurso. Distribuindo assistência, alimentos, brinquedos e livros para as pequenas e carentes comunidades e poucas escolas rurais existentes.

Sobre nossas perspectivas de atravessar o Pantanal pelo seu interior, Sidney pediu para que eu conversasse com ele. Então fiz o contato. E do outro lado conheci uma pessoa extremamente educada e gentil que se dispôs a nos acompanhar a qualquer momento para o caminho das pedras.

Eu tinha planos, não só de conhecer a região, mas também o trabalho do Geraldo, seus filhos e colaboradores. Quem sabe eu pudesse ajudar, de alguma forma, naquele honroso trabalho. 

expedição pantanal de amarok

E assim, depois de algum tempo de combinações, saímos munidos com duas Amarok. Cacá Clauset, da TSO Brasil, a jornalista Karina Simões, o fotógrafo Ricardo Rollo o cinegrafista Adriano Delgado e eu.

Então, saímos de Cuiabá para Poconé, no Mato Grosso com as picapes carregadas com nossa bagagem, combustível, gelo. Enfim, tudo o que imaginávamos ser necessário para um mergulho de três dias em meio àquele “wild contry”.

Nada como uma expedição no Pantanal a bordo das Amarok!

Quer saber como foi? Clique aqui e prepare-se que lá vem história.

Enquanto isso, que tal conferir nossas aventuras lá no nosso canal no YouTube?

Até lá!

Parte 2 | Parte 3

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