Viagem para o Atacama: um roteiro incrível de carro

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Que a América do Sul possui destinos incríveis, nós já sabemos. Assim, hoje resolvemos compartilhar com você um roteiro de viagem para o Atacama. Um dos desertos mais famosos do mundo, localizando no norte do Chile, é um destino que está presente na lista dos aventureiros de plantão.

Logo, vamos trazer um roteiro baseado em nossas viagens para o Atacama. Um dos nossos prediletos, sem dúvidas, e de beleza indescritível. Mas que tal uma viagem de carro até o Atacama?

Nada melhor do que uma aventura a bordo do seu 4×4 pela Cordilheira dos Andes rumo ao deserto, não?

Continue a leitura e descubra um roteiro incrível de 10 dias, saindo de Foz do Iguaçu.

O roteiro

Estamos falando de uma aventura rumo ao Atacama de carro, e para que a sua viagem seja incrível, programe-se, pesquise, converse com quem já esteve lá. Não se esqueça de revisar seu veículo, será uma viagem longa de quase seus 10.000 km. Faça uma mala inteligente e pegue a estrada rumo a um dos destinos mais belos do mundo.

Recomendamos que você comece sua viagem a partir de Foz do Iguaçu. Foz é uma cidade turística que conta com uma infraestrutura incrível. Sem falar que faz divisa com a Argentina e Paraguai. Assim, se você tiver tempo, vale reservar uns dois ou três dias para curtir as atrações da que a cidade oferece.

Do Brasil ao Atacama de carro

Depois de curtir Foz do Iguaçu, sugerimos que você acorde cedo e pegue a estrada rumo a Corrientes, na Argentina. A dica é sair cedo, pois logo deixando Foz você terá o primeiro cruze de fronteira. E bem como sabemos, aduanas são imprevisíveis. Você pode levar poucos minutos ou horas em intermináveis filas.

Vale lembrar que para chegar ao Atacama, é necessário cruzar o interior da Argentina. Mas não espere encontrar uma infraestrutura como a de Buenos Aires, por exemplo. Em algumas regiões, a miséria paira. É um cenário como se aquela parte do país estivesse esquecida. A mesma sensação que se pode ter ao viajar de carro para o Nordeste do Brasil.

DIA 1: Corrientes, Argentina

Corrientes fica à beira do Rio Paraná e conta com uma boa estrutura hoteleira e até cassinos. Prepare-se para um longo dia na estrada. Sem dúvida, o momento mais bacana é poder contemplar o pôs do sol incrível às margens do rio, na avenida beira mar.

Depois de um longo dia, nada melhor que o conforto de um hotel e um belo jantar. Uma dica é optar pelos famosos cortes bovinos e um belo vinho argentino.

Dia 2: Salta, Argentina

Após pernoitar em Corrientes, nossa dica é seguir viagem rumo à Salta, ainda na Argentina. Nesse dia, bem como o primeiro, não há nada de excepcional. Em suma, é um grande deslocamento, sem muitas paisagens, uma estrada onde a reta predomina, quase sem curvas. Mas não desanime! O encontro com a Cordilheira dos Andes vale esses muitos quilômetros rodados.

Existe um trecho da estrada que, até março de 2020, estava bem degradado, com muitos buracos. A dica é diminuir a velocidade, prestar muita atenção e ser cauteloso para não furar os pneus ou danificar a suspensão. É um trecho meio que sem regras, uma vez que caminhões invadem a contramão para desviar dos buracos, veículos trafegam no acostamento, que é de terra, levantando muita poeira. E dependendo da época, o calor pode ser infernal.

Quase em Salta, a paisagem muda drasticamente. As longas retas dão lugar a curvas. A paisagem sem graça é substituída por um mar de morros, uma imensidão. É que ali começa a pré Cordilheira dos Andes!

Chegar a Salta no final do dia e poder disfrutar um belo hotel e dos ares boêmios da cidade é o prêmio do dia, depois de muitos quilômetros. Salta é uma cidade grande, e uma das principais da Argentina. Também é um destino base para quem busca explorar o norte do país.

Mas como o destino é o Atacama, desta vez, Salta é só uma parada para descansar e seguir viagem.

Dia 3: rumo ao deserto do Atacama pelo Paso de Jama

São as diversas rotas que levam ao Atacama. Tais estradas são conhecidas como “pasos”. Nossa rota é chegar em San Pedro de Atacama pelo Paso de Jama e voltar pelo Paso de Sico. Duas estradas que, com certeza, estão entre as mais bonitas do mundo.

Opte por deixar Salta logo pela manhã, pois o trânsito é caótico. No entanto, não esqueça de tomar um café da manhã leve e abastecer seu veículo, pois é dia de Cordilheira dos Andes e há um fator bem importante que se soma a viagem: a altitude.

Ao longo do caminho recomendamos visitar o vilarejo de Purmamarca, com sua montanha de 7 cores e sua feirinha de artesanato local. Na sequência, fazer uma parada em Salinas Grandes, um salar imponente. Contudo, fique atento ao horário, não se esqueça que é dia de cruzar a fronteira com o Chile, e o trâmite pode levar horas se a estrada estiver movimentada.

Sabe quando a natureza te deixa sem palavras? Bom, essa é a melhor forma de descrever a chegada a San Pedro de Atacama. No entanto, se for em pleno pôr do sol, a emoção é indescritível.

Dia 4: Deserto do Atacama

Lagunas Escondidas de Baltinache

San Pedro de Atacama é um vilarejo com uma estrutura simples e rústica, mas mágica. Por trás dos muros, há hotéis cinco estrelas, e as construções em adobe na rua principal, a Caracoles, abrigam restaurantes fabulosos. Mas também há pousadas simples e restaurantes mais em conta. Sendo assim, você pode planejar sua viagem de acordo com o seu bolso.

São inúmeras as atrações do deserto, e uma viagem para o Atacama pode durar por meses, se essa for a sua intenção. Então procure o que mais lhe agrada.

Depois de muitos quilômetros de estrada e uma acolhedora noite em um belo hotel. Sugerimos começar visitando as Lagoas Escondidas de Baltinache. Definitivamente um passeio incrível, com uma paisagem fantástica, próximo da cidade e sem elevada altitude.

São sete lagoas que vão desde verde até azul, uma riqueza da natureza. Por fim, termine a manhã com um banho gelado em uma das lagoas. E como há alta concentração de sal, você não afunda! Não é incrível?

Vale a pena voltar para a cidade, tomar um banho para se livrar do sal e almoçar por lá. Porém, não significa que o dia acabou. Reserve a parte da tarde para explorar o Valle de la Luna.

Valle de la Luna

Bem pertinho da cidade, é o destino mais famoso do deserto do Atacama. É uma imensidão de muitos quilômetros quadrados. Uma paisagem árida, repleta de formações rochosas, areia e sal.

Você pode optar por fazer o passeio do pôr do sol. Durante nossa expedição, contamos com um guia local que nos levou por um caminho off road pelo Valle de la Luna no meio da Cordilheira de Sal. Paisagens incríveis bordo da nossa Amarok V6. E sim, o branco nas fotos é sal e não neve!

Dia 5: Uma aventura off road no deserto

Afinal, o que que só uma picape 4×4 como a Amarok pode nos proporcionar? Definitivamente visitar um lugares incríveis que fogem do roteiro turístico no Atacama, como a Laguna Lejía.

Imagine uma lagoa, no meio do deserto, e em volta uma paisagem repleta de montanhas das mais variadas altitudes, com picos nevados e vulcões. Some a isso o fato de que o cenário que muda dependendo do horário do dia. Surreal, não é mesmo?

Essa é a Laguna Lejía. Logo de manhã é possível observar o reflexo da paisagem no espelho d’água. Depois, lá pelo meio-dia, a água vai mudando de cor, ganhando um tom amarelado. E se tiver sorte, você também poderá observar flamingos.

Vulcão Lascar

Ao fundo, refletido na lagoa, observa-se a imponência de um dos vulcões mais ativos do norte do Chile: o vulcão Lascar. Depois de visitar a Laguna Lejía, não deixe de visitar a base do vulcão. Um roteiro 4×4 bem exclusivo, chegando a 5.000 metros de altitude. Mas para isso, procure um guia ou agência especializada.

Jamais busque caminhos alternativos por conta própria! Você poderá causar danos, não só a você e seu veículo, mas a natureza. E esse não é o espírito off road.

Se você tiver sorte como nós e visitar o Atacama durante o inverno altiplânico, pode se deparar com chuvas no final do dia e os picos das montanhas podem amanhecer nevados, como aconteceu em nosso roteiro off road até a base do Lascar.

Esse roteiro por lugares inóspitos leva o dia todo, assim, prepare um lanche reforçado, abasteça o veículo antes de deixar a cidade e evite bebidas alcóolicas no dia anterior, pois a altitude varia entre 3.000 e 5.000 metros.

Dia 6: Geysers El Tatio

Depois de desbravar o deserto em um roteiro não turístico, não tem como se despedir sem uma visitar aos Geysers El Tatio. O maior parque geotérmico do hemisfério Sul e terceiro maior do mundo.

Localizado ao norte do Atacama, é um dos cartões turísticos da região. Visitar os gêiseres é quase que uma obrigação. E para que a experiência seja completa, saía cedo. Algumas agências saem por volta de 04:30h. Assim, você poderá contemplar o espetáculo majestoso da natureza expelindo água fervente de forma cíclica ao amanhecer.

Mas é preciso fazer algumas ressalvas: os Geysers del Tatio ficam a nada menos que 4.200 metros de altitude, o que requer aclimatação prévia. Outro ponto de atenção é o frio do local, onde temperaturas abaixo de zero são frequentes.

Os corajosos podem mergulhar em uma piscina de água quente proporcionadas pelos gêiseres. Não recomendamos um banho longo, devido a alta concentração de minerais, como enxofre. Porém o difícil mesmo é encarar o frio ao sair da piscina.

Dia 7: rumo a Salta pelo Paso de Sico

Por fim, após dias no deserto é hora de começar a volta para o Brasil. Deixar San Pedro de Atacama rumo a Salta, na Argentina. Para isso, a nossa sugestão é fazer a travessia pelo Paso de Sico, uma estrada tão linda que chega a ser difícil descrevê-la.

Não se esqueça que há cruze de fronteira com a Argentina. No caminho, depois da fronteira, nossa dica é fazer uma parada em San Antonio de los Cobres para repor as energias com uma saborosa empanada ou uma milanesa, pratos típicos da região.

Se despedir do deserto por uma das estradas mais belas do mundo é para poucos. No entanto, é para aqueles que tem a aventura correndo nas veias. É curtir a estrada, produzir um novo olhar, é apreciar a liberdade a bordo do seu 4×4.

Dias 8 e 9: pelo interior da Argentina rumo ao Brasil

Então, depois de chegar a Salta, o roteiro se repete ao da ida. Rumo a Corrientes e então, Foz o Iguaçu. E nada como uma experiência gastronômica para coroar o fim da aventura off road.

A Casa do Chef é de longe uma das melhores opções de Foz do Iguaçu se você está procurando se deliciar com sabores da nossa culinária. E além disso, se encantar com toda a história por trás de cada prato.

Viajar para o Atacama de carro, não é só uma aventura off road, mas sim uma experiência em busca da cultura local, apreciando as tradições e desfrutando da natureza esplendorosa.

Esse roteiro tem duração de dez dias, considerando Foz do Iguaçu, são quase 10.000 km de aventura.

Assim, este foi o nosso roteiro completo da viagem para o Atacama em 2020. E você? Planeja fazer esta viagem nos próximos anos? Comenta aqui se gostou deste conteúdo.

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Até mais!

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