Vidro do carro: laminado, temperado ou blindado?

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Já vai longe o tempo em que os carros sequer tinham capota: no fim do século 19, eram simples carruagens adaptadas com motor, sempre se movendo bem devagar e geralmente nas cidades. Já no começo do século 20, os automóveis passaram a servir pessoas com mais dinheiro, e, claro, quanto mais caro fosse o carro, maior teria que ser seu conforto.

Quer saber mais sobre a evolução do vidro do carro? Continue a leitura.

Vidro do carro: sua história

As tais carroças motorizadas viraram definitivamente carros, e neles foram adicionados itens como capota (teto) e vidros, sempre para proteger os ocupantes das intempéries do tempo, além de manter a privacidade e relativo silêncio dentro da cabine. Para a época, um tremendo avanço.

Mas com o passar do tempo, foi percebido que os vidros comuns realmente não eram os ideais para um carro. Pois quando os vidros quebravam, eles produziam pedaços pontiagudos que voavam na direção dos passageiros, causando ferimentos em caso de acidentes e, em situações mais graves, esses estilhaços chegavam a matar.

Então, os técnicos e engenheiros passaram a desenvolver um vidro que, em caso de quebra, não produzisse pontas ou áreas cortantes. Criou-se então o vidro temperado. E depois o vidro laminado, e depois o vidro blindado!

Vidro temperado

Quando falamos de vidro do carro e sua evolução, temos primeiro o tipo temperado. Esse tipo, por conta da tensão interna ocasionada em seu processo de produção, em caso de choque ou torção grave, se quebra em pequenos pedaços. E esses pequenos pedaços podem causar ferimentos muito menos graves do que um vidro comum.

Na verdade, esses pedaços vindos do seu estilhaçamento podem causar apenas pequenos ferimentos, mas nada muito sério. Além disso, em caso de tombamento, capotamento, ou até mesmo acidentes em que a remoção do passageiro seja difícil. O vidro temperado pode ser quebrado com muito mais facilidade, liberando a área da janela inteira, sem deixar pontas, facilitando um possível socorro.

Mas os vidros temperados têm um problema: quando se quebram, perdem eles se estilhaçam, mas continuam no seu lugar, impedindo a visão do motorista. Um problema particularmente crítico no para-brisas.

Em qualquer impacto de uma pedra ou de algum outro objeto, ele era totalmente fragmentado, impedindo que o motorista enxergasse à sua frente. Aqui no Brasil, a partir de 1990 a lei obrigou que todos os veículos vendidos trocassem os vidros temperados pelos laminados.

Vidros laminados

Na linha de evolução do vidro do carro temos o vidro laminado, que é feito como uma espécie de sanduíche. Dois vidros idênticos são fixados através de uma película plástica que, em caso de quebra, não permite que pontas ou partes cortantes se separem.

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No caso de choque com objetos que causem a sua quebra, ele vai trincar, algumas vezes no formato de teia de aranha, mas sem soltar pedaços que podem ferir os passageiros, nem estilhaçar tirando a visão do motorista. Qualquer que seja essa quebra, a transparência e a visão do interior para o exterior serão mantidas.

Ele só é utilizado no para-brisas pela sua quebra mais complicada (por conta da tal película plástica), dificultando uma emergência que as janelas precisem ser quebradas.

Vidros blindados

Por último, não podemos falar de vidro do carro e não falar dos vidros blindados, que são aqueles utilizados em carros no qual os ocupantes necessitam de proteção contra grandes choques, principalmente de tiros de armas de fogo.

São vidros de grande densidade e feitos como os laminados: a grande diferença é que, ao invés de um sanduíche simples (com apenas uma película plástica), ele é feito por vidros bastante espessos e com várias camadas sobrepostas.

A sua espessura vai depender do nível da blindagem do veículo, ou seja, quanto mais grosso o vidro, maior será a sua resistência ao impacto de tiros, e mais carga ele suporta.

Os blindados são classificados desde nível I (suportam tiros de revólver simples), até nível IIII (que estancam até tiros de fuzil). O grande problema dos blindados, além do preço alto, é o tempo de vida útil limitado.

Com o passar do tempo, eles começam a delaminar (separar uma camada da outra), criando manchas e, principalmente, perdendo sua resistência. Hoje em dia, um vidro blindado de boa qualidade dura no mínimo 5 anos, mas podem chegar até 10 dependendo da situação.

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Texto de DOUGLAS MENDONÇA


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